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Número de vítimas fatais em acidentes no Rio Grande do Sul cai 9,64%

  • Foto do escritor: Leonardo Oberherr
    Leonardo Oberherr
  • 21 de set. de 2021
  • 3 min de leitura

A quantidade de acidentes registrados também reduziu, de 1.470 em 2019 para 1.336 em 2020

Matéria publicada na Beta Redação Unisinos. Acesse na íntegra clicando aqui.

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Acidente registrado em 2019, na ERS-239, em Campo Bom. (Foto: Leonardo Oberherr/Jornal Repercussão)

O Departamento Estadual de Trânsito do Estado do Rio Grande do Sul (Detran-RS) divulgou em março o levantamento anual de acidentes referente a 2020, tendo como fonte de dados o Sistema de Consultas Integradas da Secretaria de Segurança Pública. Esse sistema é ligado aos órgãos subordinados à Secretaria (Brigada Militar, Polícia Civil, Superintendência dos Serviços Penitenciários e Instituto Geral de Perícias) e indica a queda de 9,64% no número de vítimas fatais em acidentes no Rio Grande do Sul em 2020. Em 2019, o número de pessoas mortas em acidentes nas estradas gaúchas foi de 1.618, enquanto no ano seguinte foram registradas 1.462. Este número representa o menor índice de mortos desde o início da série histórica, que começou em 2007.



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Registro histórico de vítimas fatais por mês e ano. (Fonte: Assessoria Técnica-Detran/RS) A quantidade total de acidentes durante o ano também sofreu queda. De 1.470, em 2019, para 1.336, em 2020.
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Número de acidentes, de veículos e de vítimas fatais em acidentes de trânsito em 2020 (Foto: Assessoria Técnica-DETRAN/RS)

A quantidade total de acidentes durante o ano também sofreu queda. De 1.470, em 2019, para 1.336, em 2020.


Embora a categoria de motos e motonetas apareça com 493 veículos envolvidos nos acidentes com vítimas fatais (22,1%) — o segundo maior percentual da lista, atrás de automóveis, que possuem participação em 35,5% —, o número de motociclistas mortos é superior ao de condutores de veículos: 409 pessoas, representando 27,9%. Para comparação, o número de vítimas fatais que estavam dirigindo automóveis representa 25,6%. Se adicionarmos à conta o número de mortos que estavam na carona da motocicleta e passageiros dos veículos, chegamos a 584 pessoas que perderam a vida em acidentes de carro (40% dos mortos), enquanto 453 estavam em motocicleta ou motoneta (31%).


Tráfego menor em virtude da pandemia

Segundo levantamento feito junto às três principais praças de pedágio do estado, controladas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), houve uma queda no número de veículos nas estradas no ano de 2020, quando comparado ao ano anterior. Somados os registros dos pedágios de Campo Bom (ERS-239), Portão (ERS-040) e Viamão (ERS-040), 2.161.981 veículos a menos passaram por eles no ano de 2020, representando uma queda de 11,1% nessas três portagens. Confira no quadro abaixo:

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Fonte: Volume de tráfego/EGR (Disponível clicando aqui)

Para o médico intensivista da Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) de Sapiranga Júlio Cesar Pinto, a pandemia pode ter resultado em acidentes menos graves. “Acredito que seja pelo menor fluxo de pessoas e veículos decorrente das limitações impostas. Os pacientes que chegaram acidentados tiveram atendimento dentro do protocolo, o que mudou foi o tempo de espera”, afirma.


O intensivista aborda as mudanças impostas devido ao atendimento de pessoas com Covid-19 que procuraram a UPA: “Ocorreu um decréscimo geral das consultas normais nos primeiros meses de pandemia. Já em fevereiro e março de 2021, foi um caos, pelo excesso de pacientes com Covid. Tivemos que transformar uma das duas salas de sutura em sala de internação, assim como duas salas de consultório, que foram utilizadas para sala de observação e medicação de pacientes não-Covid”.


De acordo com informações divulgadas pela Secretaria em Saúde de Sapiranga, em seu boletim diário, a UPA 24h chegou a ter 36 pacientes internados aguardando leito hospitalar, recorde apresentado no dia 10 de março, primeiro dia de divulgação.

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Acidente com vítima fatal na ERS-239, em Campo Bom, em 2018. (Foto: Leonardo Oberherr/Jornal Repercussão)

Observações de quem vive na estrada

O caminhoneiro autônomo Kleber Nunes, 42 anos, de Sapiranga, relatou ter percebido uma diminuição no fluxo de veículos leves nas estradas que frequenta, possibilitando mais liberdade. “Principalmente no início da pandemia, eu pude reparar que o tráfego mudou. Passamos a ter mais motociclistas e caminhoneiros ocupando as rodovias, enquanto os carros menores tiveram menos circulação. Tem o lado bom, que é termos mais agilidade para realizar as entregas”, destaca.


Mesmo com a queda geral dos números, em comparação com 2019, é importante destacar que a categoria dos motoristas de caminhão — assim como as de motociclistas — tiveram um aumento no número de vítimas fatais: 62 condutores de caminhão morreram em 2020, sendo que em 2019 foram 58.


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Tabela informativa com dados sobre faixa etária e sexo das vítimas fatais envolvidas nos acidentes (Foto: Assessoria Técnico-Detran/RS)

Outras características

Algumas constatações do levantamento do Detran sobre acidentes de 2020:

  • Os meses com menos vítimas fatais foram abril (90) e agosto (93);

  • Sábados (288 mortos) e domingos (277 mortos) foram os dias da semana que mais registraram vítimas fatais;

  • As vias municipais foram as que mais registraram acidentes fatais. Foram 515 acidentes, representando 38,5% do total;

  • 83% das vítimas fatais eram do gênero masculino;

  • A faixa etária entre 25 e 29 anos foi a que mais registrou mortes: 26 do gênero feminino e 112 do gênero masculino;

  • 352 dos 373 condutores de automóveis que morreram eram homens;

  • 381 dos 408 motociclistas que morreram eram homens;

  • A característica predominante entre as vítimas fatais é: ser homem, entre 21 e 24 anos e estar pilotando uma motocicleta.

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