As eternas reformulações... Evitem!
- Leonardo Oberherr
- 8 de jan. de 2018
- 3 min de leitura
Opinião, Por Ober:

Vejamos: Mudanças sempre são bem vindas, quando para melhor. Todos nós almejamos um emprego em que o salário seja maior e a carga horária, menor. Isso é uma mudança para melhor. É planejada. Sabemos dos riscos e desafios de aceitar ou não um cargo mais importante na empresa, e o que podemos fazer para continuar crescendo. E neste caso, a empresa também sabe.
Mas e quando falamos de esporte? E mais precisamente futebol americano? Nem todas as mudanças são para melhor. Algumas são por necessidade, e outras, apenas por mudar, na crença de que, mudar por mudar, muda-se alguma coisa.

Os esportes não funcionam assim. Muito poucos, na verdade. Vamos para o soccer: Um case de sucesso é de Arsène Wenger. treinador do Arsenal desde 1996, é um treinador multicampeão. Três vezes campeão Inglês, Sete Copas da Inglaterra e outras sete Supercopas da Inglaterra. 17 títulos em 21 anos. Para você, parece ruim? Vamos então do mais emblemático: Alex Fergusson. 27 anos comandando o poderosíssimo Manchester United. Títulos? 13 Campeonatos Ingleses, duas Champions League, dois Mundiais, e uma Supercopa da Europa, para citar só o mais importante. Foram 38 títulos entre 1986 e 2013.
Exceções? Em larga escala, sim, mas ainda no soccer, vejamos outros casos de sucesso: Barcelona de Guardiola, São Paulo de Muricy Ramalho, Real Madrid de Zidane, Corinthians de Tite, e mais recentemente o Grêmio de Portaluppi. A continuidade mostra-se eficaz quando se fala em resultados.

Tá, mas e no futebol americano? Que tal Patriots de Bill Belichick e Giants de Tom Coughlin? Além do mais, quantos times da NFL trocam de Head Coach como se troca de roupa? Apenas as que não surgem em playoffs há anos. Apenas coincidência?
E aqui no Futebol Americano Brasileiro? Patriotas de Biel sempre figurou nas cabeças. E "esse tal de Timbó Rex"? Amadeo Salvador foi Bicampeão Brasileiro com um time estruturado - é verdade - mas que apostou no trabalho de seu treinador. E no Rio Grande do Sul? Quer exemplo maior e melhor que o do Head Coach do Santa Maria Soldiers, Gustavo Petter?
Mas enfim, por que mudamos? Troca de ares nos faz bem. Arejar o vestiário com uma peça nova é importante, mas, mais importante ainda, é a continuidade de um trabalho. Já citei o Soldiers, mas, mais recentemente Paulo de Tarso fazendo um grande gauchão de 2016 comandando o Redskulls, Miguel Greiner campeão da Copa RS com o Bulldogs, Eduardo Mundstock com Drones e Paulo Barcelos Campeão da Copa Sul com o Chacais. Existem outros. Todos tiveram continuidade.
É um processo demorado, muitas vezes doloroso, cheio de derrotas, mas se há convicção, não muda-se treinador.
E isso vale para Direção também. Juventude de Eduardo Ferreira, Chacais de Cóia, Restinga de Rafael, Pumpkins de Maha, Bulls de Cristiano Leão, Snakes de Pizzi e por óbvio, Soldiers de Diogo Hartz. Todos foram bem sucedidos em algum momento de suas trajetórias nos seus times.
E o outro lado da moeda? Times que buscam a reformulação? Talvez os mais conhecidos sejam Mustangs e Bulls, atualmente. Mustangs já até deixou de existir. Mas "em vida", teve sempre o mesmo presidente: Jackson Drago. Ponto positivo. O problema foram as constantes trocas de treinadores: Ismael Ferreira, Wesley Carvalho, Mateus Cabezudo e até mesmo um período sem Head Coach, treinando apenas com Coordenadores. São pelo menos três Head Coachs em dois anos: 2016 e 2017. Agora com a união e ressurgimento do Buriers, Gustavo Rech assume a função. Dessa vez, todos esperamos sucesso e continuidade no trabalho.

Bulls não fica atrás. Após as duas temporadas no Torneio Touchdown, em 2013 e 2014, o time "empilhou" treinadores: Colman, Pedro Jaime, Lafaiete, Byron, Lucas Bair, de 2015 até o final de 2017. Sem contar as trocas na presidência, que até o final do TTD foi o Leão, depois surgiu Raimann, Sampaio e agora, Carlos Kraey. O time deixou de ser uma das quatro forças do estado. Também torcemos pela recuperação deste time com mais de dez anos de história!
Não estamos considerando fatos pessoais para as saídas dos treinadores e presidentes, isso deve ser levado em consideração quando falamos das trocas. Mas o assunto aqui é: As reformulações. Essas mudanças até agora não trouxeram benefício algum.
Estamos chegando para mais um Gauchão. Mais peleia, e, se depender da minha opinião, mais continuidade!
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