Analisando times gaúchos #3: Canoas Bulls e o conceito de passe Scissors

Foi emocionante partida entre Armada Futebol Americano e Canoas Bulls, realizada no dia 15 de abril. Com reviravolta no placar até o último minuto, o confronto entre as duas equipes foi uma amostra de ataque às zonas através do jogo aéreo. O Bulls utilizou-se de big plays para avançar no campo, enquanto o Armada revezava entre passes de controle e passes longos. Apesar de não utilizar um sistema Air Raid, uma das melhores jogadas aéreas do time de Canoas foi a execução do conceito Scissors, nascido e criado na Air Raid offense e ótima pedida para atacar a cover 2 do Armada. O Bulls alinhou em formação spread:

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O conceito Scissors ataca especialmente a cobertura dupla ao fundo, sendo o recebedor interno correndo uma rota Corner e o recebedor externo correndo uma rota Post, como na imagem abaixo (lado esquerdo).

A progressão de leitura é primeiro a rota Post e por último a rota Corner. As rotas cruzadas dificultam a marcação da defesa quando em man to man.

Na imagem acima, vemos que os dois recebedores da esquerda são acompanhados por dois defensores. Um dos safeties da cover 2 ainda não decidiu qual dos dois recebedores ele deve cobrir. A decisão deste safety é primordial para a progressão da leitura. O recebedor que ficar em marcação individual é a leitura correta, pois vai estar em vantagem de recepção.

No caso em tela, mesmo após o cruzamento das rotas o safety não tomou a decisão que definiria a leitura do quarterback. Inteligentemente, o quarterback Raúl Stédile, do Canoas Bulls, percebeu que a indecisão do safety lhe tiraria o passe na rota Post e deixaria o recebedor da rota Corner em extrema vantagem. Na imagem a seguir, inclusive vemos a total confusão entre os defensores, sendo que o defensor que deveria acompanhar a rota Post volta e tenta ajudar o companheiro que marcava o recebedor da rota Corner. Até que quase foi uma boa leitura do defensor, mas não a tempo.

Por hoje é isso, até a próxima!