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A falta de comunicação que assola a comunicação, por Leonardo Oberherr

  • Foto do escritor: Leonardo Oberherr
    Leonardo Oberherr
  • 25 de set. de 2021
  • 2 min de leitura

Texto escrito em 2021 para a disciplina de Jornalismo Opinativo.


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É contraditório. Ao ler o título, você sente que algo está errado. Como assim falta comunicação à comunicação? Pois é. A linguagem verbal, principal ferramenta de qualquer produto comunicacional, está sumindo cada vez mais do cenário. Este problema crescente é fruto de um desequilíbrio na própria sociedade, acelerada pelo cotidiano ainda mais ágil em que vivemos. Emojis, memes, figurinhas… o imediatismo da comunicação de sinais congela nossa comunicabilidade, e, no final das contas, os que emitem opiniões escritas - sobretudo, sofrem com limitantes formas de se expressar e serem entendidos.


Claro que é muito subjetivo culpar um ente inanimado e que engloba milhares, senão milhões de pessoas. Fala-se cada vez mais que o jornalismo precisa reinventar-se, e não há mais pura verdade. Não somente no meio, mas a mensagem e como esta mensagem é construída.


Através do processo natural de rejuvenescimento e oxigenação da sociedade, percebemos que as gerações mais jovens detestam ler. Não só jornalismo e opinião, mas, qualquer coisa. Ler não é uma prática jovem. Ler demora. ler é cansativo, pouco gráfico. Para resumir: ler é chato. Temos crianças cada vez mais jovens interagindo com a tecnologia de uma forma assustadoramente eficiente, produzindo conteúdo, fundamentalmente visual. Games, dancinhas, gestos… mas pouco texto. Pouca expressão verbal. Isso tudo incentiva que tenhamos a juventude que não gosta de ler, e, não serei hipócrita, também não sou o maior fã. Leio aquilo que gosto, com a linguagem que me identifico, e, tornando meu exemplo como uma prerrogativa, bem, entendemos o porquê da “nova geração” não gostar de ler.


O texto precisa ser cada vez mais preciso, cada vez menor, e cada vez mais ligado àquilo que o povo fala. Vejo pouco aproveitamento de bordões e expressões populares no meio jornalístico, e, quando os noto, são em programas de extremo sensacionalismo, com uso inadequado, que reforçam estereótipos, precisamos dominar a prática de falar com e para para o público. Esse é o primeiro passo.


O segundo é investir em material interativo. Tirar a passividade do receptor. Tudo bem que ler, ouvir e/ou assistir é uma ação que exige atenção da outra pessoa. Mas isso é pouco atraente. Tanto que a televisão deixou de ser um instrumento visual, e em muitas ocasiões transformou-se apenas num “rádio” que deixamos ligado emitindo os sons que fingimos ouvir enquanto fazemos outras coisas do cotidiano. Precisamos atrair o público com as ferramentas que temos nas mãos, e de imediato, vejo a interatividade como a melhor delas.


Essa mudança de postura de comunicação exige muito dos meios, dos emissores, e pode ser que exija um entendimento aprofundado do receptor para “abraçar a ideia”. Mas, no final, todo mundo ganha, que é o que importa. Principalmente, a informação.


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