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Reverenciando Matrix (2019)

  • Foto do escritor: Leonardo Oberherr
    Leonardo Oberherr
  • 27 de jan. de 2021
  • 6 min de leitura

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Foto: Reprodução / Internet

A Trilogia Matrix é um clássico do cinema mundial. Base para diversos diálogos em filmes posteriores, Matrix é um exemplo de ficção científica que nos faz pensar que aquilo poderia sim ser real. Mas o que o filme dirigido pelos Irmãos Wachowski e que traz a saga do “Escolhido“ Neo têm de tão cativante para cinéfilos de plantão?


O primeiro filme da Trilogia, “The Matrix”, de 1999, arrebata como Morpheus (Laurence Fishburne) e Trinity (Carrie Anne Moss) encontram Neo (Keanu Reeves) e o convencem a juntar-se aos demais seres humanos que vivem fora da Matrix. Importante ressaltar que a Matrix é um retrato do mundo que conhecemos hoje. Morpheus, Trinity, Tank e outros personagens que vivem da nave Nabucodonosor , fora da Matrix, encontram - se no distante ano de 2199 - aproximadamente. Neste ponto, os humanos estão em constante guerra contra as máquinas, que usam os seres humanos como fonte de energia, e para isso, engendram seus cyber-corpos nos humanos. Os filmes se passam nesses dois mundos: O Mundo Real (fora da Matrix) e a Matrix.

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Foto: Reprodução / Internet

O primeiro filme é mais dinâmico que seus sucessores: The Matrix Reloaded e The Matrix Revolutions. Ele traz referência bíblicas, como Neo sendo considerado “O Escolhido” para livrar os humanos da maldade das máquinas. História messiânica de Jesus, que sai do paraíso (mundo fora da Matrix), volta à Terra (Matrix) e busca destruir o mal, neste filme representado pelos Agentes da Matrix.



Neste processo de amadurecimento de Neo, ele passa por sessões de aprendizado onde disquetes com “programas” são inseridos na mente de Neo, que o faz aprender a lutar diversas modalidades, manusear armas entre outras coisas. Neste ponto Matrix é usado como base para a história de Chuck Bartowski, na Série “Chuck”, produzida pela NBC e criada por Josh Schwartz e Chris Fedak. Em Chuck, o personagem Chuck Bartowski (vivido por Zachary Levi, que interpretará Shazam no filme que será divulgado ainda em 2019) é um “gênio dos computadores” que recebe um e-mail criptografado de um ex - colega de faculdade, com informações do Governo Estadunidense, e que é projetado (Projeto Intersetorial) para treinar Super - Soldados. Inclusive, logo após fazer o "Download" do Conhecimento, ambos falam: "Eu sei lutar Kung Fu". Veja no vídeo ao lado.



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Ao final do primeiro filme, Neo enfrenta pela primeira vez o Agente Smith - o grande vilão da história - que está em busca de códigos de localização de Zion, (a última cidade habitada por humanos genuínos). Neo é atingido por diversos disparos, morre, mas ressuscita após alguns minutos. Ao retornar à vida, Neo consegue lutar e aparentemente derrotar Smith. Enquanto a luta acontece na Matrix, fora dela, sentinelas (robôs programados para obliterar humanos) invadem a nave Nabucodonosor e Morpheus dispara um PEM (Pulso Eletromagnético) que destrói as máquinas ao redor. Importante citar que mesmo em 1999 o filme retrata uma das grandes armas que temos na atualidade: A arma de PEM. Usada em 2015 pelo governo dos EUA, a CHAMP (Projeto de Míssil Antecipado de Micro-Ondas de Alta Potência Contra Eletrônicos, na sigla em inglês) foi utilizada para destruir servidores e computadores norte-coreanos. Outro momento que o PEM surge como arma, mas no mundo dos games, é no jogo da Ubisoft: Watch Dogs, de 2014.


Terminadas as lutas, Nabucodonosor volta para Zion (referência ao Tzion ou Sião, o nome dado especificamente à fortaleza jebusita próxima da atual Jerusalém, que foi conquistada por Davi. Para as Testemunhas de Jeová, Sião é o céu, o paraíso). É válido ressaltar que o nome da nave, inclusive é o nome do mais poderoso Rei que já governou a Babilônia. Na Bíblia, Nabucodonosor ficou conhecido por conquistar o Reino de Judá e destruir Jerusalém, até que ficou louco e começou a se comportar como animal, segundo o Livro de Daniel no capítulo 4.



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Foto: Reprodução / Internet

Em Matrix Reloaded, o segundo da Trilogia, a história fica mais arrastada. São muitas as cenas de ação e com diálogos longos, mas para o desenvolvimento da história do filme, ele é o mais importante. Nele, Agente Smith não é mais agente da Matrix e está em busca de clonar-se e montar um exército. Muitas pessoas em Zion já consideram que Neo é de fato o Escolhido, e ele mesmo passa a crer na Profecia também.


Neste ponto, Neo, Morpheus, Trinity e os humanos estão defendendo seu próprio povo do Agente Smith e das Máquinas. As máquinas querem combater o Agente Smith, aqui considerado um programa da Matrix que está fora de controle e que assume papel de ser um grande risco para o império mandatório das máquinas. E o Agente Smith quer conquistar o poder que as máquinas possuem, e para isso precisa destruir também Neo e os humanos. O filme relata muito a busca de Neo pela Fonte (the Source) o local que contém o Código Base da programação da Matrix, para impedir o crescimento no número de soldados do exército do Agente Smith. Para isso, Neo, Trinity e Morpheus buscam o Chaveiro (Keymaker) um personagem simpático que contém a chave da porta para acessar a Fonte.


O filme começa a ter menos evolução na história e muito mais cenas de ação, focando sempre em planos abertos e enquadramentos de ação. A fotografia, uma das grandes marcas deste filme, é feita pela Village Broadshow Pictures, responsável pela fotografia de filmes como Dia de Treinamento e O Protetor. Neste filme a fotografia traz cores com menos intensidade, tons cinzentos e cores esverdeadas - com exceção às cores usadas para enfatizar o crescimento tecnológico, como detalhes de naves e de instrumentos computadorizados.


Os Agentes da Matrix conseguem apropriar-se de qualquer corpo humano programado pela Matrix, e o processo de apropriação é semelhante ao dos Simbiontes do filme Venom (2018). Ao final, Neo encontra o Arquiteto, o criador da Matrix, e tem uma importante decisão para tomar: Salvar Zion que está sob o ataque de sentinelas e ver Trinity morrer, ou salvar Trinity (sua esposa) e ver Zion ser atacada. Este momento é muito bem retratado pelo filme dirigido por Jaco Van Dormael, Mr. Nobody (Sr Ninguém, de 2009), quando o personagem principal, Nemo Nobody (Jared Leto) filosofa sobre as escolhas que temos que fazer em nossas vidas: “Por isso é difícil fazer escolhas. É preciso fazer a escolha certa. Enquanto não se escolhe, tudo permanece possível”.


Após pensar um pouco, Neo vai em busca de salvar Trinity, que é baleada ao cair de um prédio, e antes de tocar o solo (o que causaria a morte dela), Neo aparece e resgata ela. Mesmo assim, ela morre, e Neo traz Trinity de volta à vida. Na volta ao Nabucodonosor, a nave é atacada por Sentinelas, e todos são obrigados a fugir da nave, quando Neo usa seus poderes e destrói os sentinelas com um só toque. Porém, a força produzida por ele o coloca em uma espécie de coma, o que gera ainda mais expectativas para o terceiro filme da Trilogia: The Matrix Revolutions.



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Foto: Reprodução / Internet

No terceiro filme boa parte da fotografia começa a trazer cores e projetos gráficos mais vivos. Os sentinelas conseguem invadir o Domo que abriga Zion, o Comandante Lock organiza suas defesas, enquanto Morpheus, Niobe, e outros tripulantes tentam voltar à cidade para ajudar na defesa. Trinity e Neo - que já saíra do coma - estão em outra nave em busca de chegar à Matrix e encontrar a Cidade das Máquinas, local onde nenhum outro humano chegou. No meio da viagem, Bane, que está sob o comando de Smith ataca Neo e Trinity, até que Neo fica cego e enxerga apenas o calor ao seu redor. Mesmo assim ele destrói Bane e conduz a nave com Trinity para a Cidade das Máquinas.


Ao chegar na Cidade das Máquinas, Trinity morre na queda da Nave, e Neo oferece um acordo de paz às máquinas: Ele volta à Matrix e destrói o renegado Programa Smith, e as máquinas cessam o ataque aos humanos. As máquinas aceitam e começa uma das mais épicas cenas de luta do cinema. Neo consegue destruir Smith, e as máquinas terminam o ataque aos humanos e à cidade de Zion.


Na última cena, o Arquiteto e a Oráculo - os dois que projetaram a Matrix - se encontram e fica claro que a Oráculo foi quem planejou tudo para que as máquinas e os humanos pudessem viver em paz.


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Foto: Reprodução / Internet

A trilogia como um todo é ótima. Traz diversos dilemas à tona, como o mau uso das máquinas para o nosso deleite. Fatores como humanidade e empatia surgem abruptamente entre os humanos que sobreviveram, além de é claro trazer ótimas cenas de perseguição, lutas e momentos de ação.


Os primeiros dois filmes possuem elementos que são usados no cinema até hoje, mesmo que de forma semelhante e não literal, cenas, diálogos, enquadramentos em cenas específicas são memoráveis até os dias do cinema atual. Uma obra prima.

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